Finalmente o dia do meu voo chegou, finalmente vou começar a minha vida em outro lugar, outro país, finalmente vou para a universidade.
“Minha querida já
tens tudo pronto? Não te esqueceste de nada bebezinha?” – Aiai mães o que
havemos de fazer sempre preocupadas com as crias. Apresento-vos Alice Jones,
uma mulher guerreira que cuidou de mim sozinha quando o paizinho morreu num
acidente de trabalho. Sinto a falta dele, senti falta dele em todos os momentos
importantes da minha vida e agora mais ainda, ele sempre desejou ver a sua
princesinha formar-se em Harvard, comecei a sentir uma vontade imensa de
chorar.
- “Mãe… Sinto
falta do pai… queria que ele estivesse aqui a despedir-se de mim, que ele visse
o quanto eu lutei para conseguir isto. “- Começo a chorar e abraço a minha mãe.
- “Minha pequena, o teu pai está a ver todo o teu esforço e tenho a certeza que está muito orgulhoso da princesinha dele.” - A minha mãe abraça-me enquanto pronuncia estas palavras, palavras estas que toda gente ouve quando alguém já não esta entre nós, mas que nos fazem sentir um certo alívio, uma certeza paz, porém não me sentia assim. Não sei porque, mas sinto que este acontecimento, esta ida para os Estados Unidos vai trazer dor, sofrimento e angústia.
“Última chamada para o voo KL999 com destino a Boston Estados Unidos da América Aeroporto Internacional de Boston.”
Após ouvir esta
última chamada mordi o lábio com receio e disse para a minha mãe que já não
queria ir, eu estou com muito medo e não é só por ser a primeira vez que vou
viajar por mais de 2 horas num avião, eu realmente tenho um mau pressentimento.
Porém a minha mãe abraçou-me uma última vez e disse-me para ser forte e
ligar-lhe assim que chegasse. Apenas aceno que sim e vou me afastando, não olho
para trás porque se olhar eu desisto de ir. Será que este sentimento é porque
algo vai acontecer com o avião? Ai meu Deus por favor que tudo corra bem.
Correu tudo bem não aconteceu nada de estranho para além das crianças a chorar
e a gritar a maior parte do tempo.
Depois de chegar ao aeroporto e de buscar as malas fui em direção a saída, estava tudo cheio de
jovens, a grande maioria era estudante provavelmente, será que eles estavam com
tanto receio quanto eu?
Sentiriam a mesma angústia? Enfim, direcionei-me a saída e chamei um táxi, o taxista ajudou-me a pôr as malas na bagageira e seguimos viagem. Enquanto saíamos do aeroporto falei que o meu destino era Harvard.
O Sr. Smith, descobri o nome dele após nos apresentarmos,
olhou-me com os olhos arregalados e disse-me algo que piorou o meu estado de
medo. “Por favor, menina Jones, tenha cuidado, ouvi dizer que aquele lugar é
assombrado.” Apenas olhei pela janela e engoli em seco e decidi perguntar o
porquê de me avisar e o que teria acontecido lá, porém o Sr. Smith não disse
mais nenhuma palavra durante o resto da viagem. Que estranho não estou a gostar
nada disto. Ao fim de uns minutos chegamos ao destino.
Wow que beleza, a universidade é realmente magnífica tem uma beleza única, mas que me causa arrepios, talvez por ter uma história tão longa, de vários anos. O Sr. Smith tirou as minhas malas da bagageira enquanto eu retirava o dinheiro da minha carteira. Agradeci-lhe pela viagem e pelos avisos e entreguei-lhe o dinheiro, mas ele segurou o meu pulso com bastante força, assustei-me com tal ato. Ele voltou a realçar que deveria de ter muito cuidado.
O que me assustou mais foi o que ele disse a seguir - “Por favor menina Jones fuja daqui o mais rápido possível, não fique aqui por muito tempo”. Sr. Smith não me deixou falar nada pegou no dinheiro e foi se embora, deixando-me ali, fiquei estática não me mexia. Como é que ele quer que eu fuja rápido se o meu curso ainda durará uns bons anos. Eu acho que estava a segurar o ar dos meus pulmões, ar este que apenas soltei quando um rapaz se aproximou de mim para me dar as boas-vindas.
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